Síndrome da gaiola: ansiedade e resistência em sair de casa atinge crianças e adolescentes
Com a pandemia da Covid-19 e o distanciamento social, jovens ficam ansiosos para sair de casa, mas têm medo de contrair o vírus
Com a pandemia da COVID-19, crianças, pré-adolescentes
e adolescentes tiveram que adaptar a rotina escolar e a vida social para dentro
de casa. O distanciamento social fez
com que a casa, ou até mesmo o quarto, se transformassem no "mundo seguro
e confortável” para esses jovens.
O isolamento transformou a possibilidade de uma
vida fora de casa e de se relacionar com outras pessoas em algo potencialmente
assustador. Essa resistência e ansiedade em sair de
casa pode ser chamada de síndrome da gaiola.
Quezia Bombonatto, da Associação Brasileira de Psicopedagogia, explica a relação da
gaiola comparando esses jovens com o pássaro: “O passarinho está ali dentro,
ele ficou condicionado a ficar na gaiola e não quer voar”. Na prática, ela
afirma que as crianças e adolescentes com a síndrome apresentam ansiedade extrema com a volta das
aulas presenciais por medo de contrair o vírus e até mesmo de
levá-lo para casa.
A síndrome
da gaiola não se trata de um transtorno que demanda medicamentos para tratar,
mas pode evoluir para depressão. Por isso, os pais e responsáveis devem
estar atentos e conversar com esse jovem.
Um estudo feito por pesquisadores de 20
universidades americanas com crianças e adolescentes de 9 a 18 anos dos Estados
Unidos, Peru e Holanda apontou que os sintomas
de depressão aumentaram 28% durante a pandemia. A pesquisa reforça a
importância de políticas públicas voltadas para a saúde mental nesse momento de
volta às aulas.
Foto de capa: Portal FioCruz / Fonte: Portal UOL