TACs firmados em 2020 em Patos de Minas equivalem a 40% das denúncias recebidas
Patos de Minas – Desafogar o Poder Judiciário e propor às partes uma maior
celeridade na resolução de conflitos. Estas são algumas das várias
contribuições da assinatura de Termos de Ajustamento de Condutas (TACs), medida
extrajudicial amplamente usada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Em
2020, no contexto de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, a
Procuradoria do trabalho em Patos de Minas recorreu às audiências virtuais para
manter a composição administrativa como principal via de regularização de
condições de trabalho.
“Quando uma
empresa assina um TAC, em geral, sensibilizou-se pela necessidade e
economicidade do investimento na proteção de seus trabalhadores e na concessão
das garantias do contrato de trabalho e tende a seguir com a boa prática, ou
seja, o MPT promove mudança de cultura por meio da atuação extrajudicial”,
explica o procurador do Trabalho Rodney Lucas de Souza.
O esforço no
sentido de implementar a cultura do consenso no cotidiano de empregados e
empregadores gerou bons resultados à unidade do MPT no Alto Paranaíba. Os TACS
firmados representaram 38% do número de procedimentos investigatórios abertos
pelo órgão. Fazendo um recorte temático, este índice foi ainda maior. Nos casos
de denúncia de trabalho análogo ao de escravo, por exemplo, os TACs firmados
representaram 70% das investigações abertas.
Em fevereiro do
ano passado, uma operação deflagrada por
membros do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Defensoria Pública da União
(DPU), auditores-fiscais do Trabalho e agentes da Polícia Federal (PF) resultou
no resgate de 23 pessoas em situação análoga à de escravo em decorrência da
submissão a condições degradantes de trabalho, em três carvoarias localizadas
nos municípios de Medeiros, no Centro-Oeste de Minas, e de Pratinha, no Alto
Paranaíba. Durante a fiscalização, o grupo de trabalho verificou que os
empregados dormiam em alojamentos precários, inclusive barracões de lona e
madeira, que não ofereciam as condições mínimas adequadas de higiene,
alimentação e privacidade, descreveu o Procurador do Trabalho que participou da
operação, Thiago Lopes de Castro.
À época, os
empregadores das três carvoarias onde os trabalhadores foram resgatados se
comprometeram, mediante TACs firmados perante o MPT e a DPU, a pagar
indenizações por danos morais individuais e a regularizar todas as condições de
trabalho. Na mesma oportunidade, outras quatro carvoarias, onde também foram
constadas violações trabalhistas, se propuseram a cessá-las.
Outro caso
emblemático na PTM foi o resgate da doméstica que estava sendo submetida à
condições análogas à de escravo no âmbito doméstico. Além do resgate, já foi
feito um primeiro acordo no caso para reparação de danos morais e quitação de
verbas trabalhistas.
Saiba mais sobre a Erradicação do Trabalho
Escravo: é uma
das temáticas centrais da CONAETE (Coordenadoria Nacional de Erradicação do
Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas), que trabalha no
estabelecimento de estratégias coordenadas e integradas de atuação
institucional, no plano de ação nacional, sobre o assunto. Atua ainda
estimulando a troca de experiências e discussões sobre a pauta, agindo de modo
célere onde seja necessária a presença do MPT. O tema foi o destaque da
edição nº 12 do MPT em Quadrinhos, um projeto que, de maneira lúdica e com uma
linguagem fácil e acessível, dá visibilidade aos direitos trabalhistas.
Fonte: Ascom
MPT-MG