Tamanduá-Bandeira é atropelado na BR 354 e número de animais mortos em rodovias aumenta a cada dia
Um número que cresce a cada dia nas rodovias que cortam o Alto Paranaíba, Minas Gerais e todo o país é a grande quantidade de animais mortos por atropelamento ao tentarem atravessar as pistas das BR’s ou mesmo quando estão andando por elas. Nas regiões do alto Paranaíba e Triangulo Mineiro, os maiores índices de animais atropelados e mortos são nas BR’s 354 e 365, sendo que uma cena que já se tornou comum para os motoristas e usuários da vias é encontrarem tamanduás, lobos, tatus, raposas, onças, veados, entre outros animais da fauna silvestre mortos por atropelamentos. Para comprovar esta triste sina, no último Domingo (20/06) um Tamanduá-Bandeira, foi atropelado na BR 354, próximo à ponte do córrego São Bartolomeu, no município de Carmo do Paranaíba.
O fato teria acontecido no final da madrugada, quando o animal teria tentado atravessar a pista e foi atingido por um veículo. O tamanduá morreu no local e ficou no meio da pista. Algum tempo depois uma testemunha presenciou quando um funcionário do DNIT esteve no local e retirou o mesmo da pista. As marcas do atropelamento ficaram espalhadas pelo asfalto e o motorista que o matou seguiu viagem tranquilamente. O tamanduá-bandeira é listado como "vulnerável". Foi extinto em algumas partes de sua distribuição geográfica. As principais ameaças à sobrevivência da espécie são a caça e destruição do habitat, apesar de ser encontrado em inúmeras unidades de conservação.
Segundo dados do Instituto Chico Mendes (ICMBio), a cada segundo 15 animais silvestres são mortos nas rodovias que cortam o Brasil, em decorrência de atropelamentos. Esse número corresponde a 475 milhões de mortes por ano ou 1,3 milhão por dia. A maior parte dos animais selvagens mortos por atropelamentos são pequenos vertebrados, como sapos, aves e cobras. Todos os anos, cerca de 430 milhões dessas pequenas espécies morrem atropeladas no Brasil. Outros 43 milhões são representados pelos animais de médio porte, como gambás, lebres e macacos. A menor parte, correspondente a dois milhões de mortes, está relacionada aos animais de grande porte, como onças, lobos e capivaras. No Alto Parnaíba e Triangulo Mineiro, o número de animais atropelados e mortos tem crescido assustadoramente com a destruição do habitat natural que é o refúgio dos mesmos. A falta de placas de sinalização nas áreas de matas ciliares e locais com altos índices de mortes de animais também ajuda a aumentar os atropelamentos.
Fonte: Vanderlei Gontijo