TSE: abstenção fica perto do total de eleitores ausentes na pandemia
Número de pessoas que deixaram de votar chega a 9,9 milhões
A abstenção
dos eleitores no segundo turno das eleições municipais ficou próxima do patamar
registrado durante as restrições provocadas pela pandemia de covid-19.
A Justiça
Eleitoral registrou neste domingo (27), em todo o país, a ausência de 29,26% do
eleitorado. O percentual equivale a 9,9 milhões de eleitores que não
compareceram às urnas. O número de ausentes foi consolidado nesta segunda-feira
(28) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em 2020,
durante a pandemia de covid, a abstenção no segundo turno foi de 29,53%. Nas
eleições presidenciais de 2022, abstenção no segundo turno foi de 20,57%.
Capitais
O alto
índice de abstenção no segundo turno foi registrado principalmente em capitais
das regiões Sul e Sudeste do país.
A maior
abstenção entre as capitais foi registrada em Porto Alegre, onde o índice
chegou a 34,83%, ou seja, 381.965 eleitores não foram votar na capital gaúcha.
Em seguida,
aparecem no ranking as seguintes capitais: Goiânia (34,20%);
Belo Horizonte (31,95%); São Paulo (31,54%) e Curitiba (30,37%). Somente
na capital paulista, a abstenção significou a ausência de 2,9 milhões de
eleitores.
Enchentes
No Rio
Grande do Sul, a alto índice de abstenções também afetou os municípios que
foram atingidos pelas enchentes que inundaram grande parte do estado em maio
deste ano.
Em algumas
cidades, urnas eletrônicas e locais de votação foram danificados durante a
situação de calamidade. Além disso, moradores que perderam suas casas passaram
a viver em outros municípios e não regularizaram o título de eleitor.
Em Canoas,
35,72% dos eleitores não compareceram às urnas. Em Caxias do Sul, o percentual
de ausentes foi de 28,64%.
Na avaliação
do presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul,
Voltaire de Lima Moraes, a abstenção no estado foi menor do que o órgão
projetava.
"Precisamos
analisar com maior profundidade essa questão relacionada com a abstenção,
principalmente em algumas cidades. Em outras, nós tivemos uma diminuição da
abstenção, levando em consideração as eleições de 2016, 2020 e 2024. Em 2016,
não havia problema nenhum de enchente, nem de pandemia, e essas cidades
conseguiram reduzir. Nós temos que verificar porque isso ocorreu",
comentou.
TSE
Ontem (27),
ao divulgar o balanço do segundo turno, a presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, também disse que vai avaliar o fenômeno
do aumento das abstenções.
Segundo a
ministra, um levantamento será feito nos tribunais regionais eleitorais e
finalizado até a diplomação dos prefeitos e vereadores eleitos, que ocorrerá em
dezembro deste ano.
Justificativa
Os eleitores
que não votaram no segundo turno têm até 7 de janeiro de 2025 para justificar a
ausência. O prazo é de 60 dias após o pleito.
A Justiça
Eleitoral recomenda que a justificativa seja feita preferencialmente pelo
aplicativo (App) e-Título.
O App pode
ser baixado gratuitamente nas lojas virtuais Apple e Android. Ao acessar o
e-Título, o cidadão deve preencher os dados solicitados e enviar a
justificativa. O eleitor também deverá pagar a multa estipulada pela ausência
nos turnos de votação. Cada turno equivale a R$ 3,51 de multa.
O eleitor
que não votar e deixar de justificar sua ausência por três vezes consecutivas
pode ter o título suspenso ou cancelado.
A ausência
cria diversas dificuldades, como ficar impedido de tirar passaporte, fazer
matrícula em escolas e universidades públicas e tomar posse em cargo público
após ser aprovado em concurso público.
Fonte:
Agência Brasil