Vacinação contra a febre aftosa começa neste sábado em Minas Gerais
Bovinos e bubalinos de todas as idades devem ser imunizados
Começa neste sábado (01/05) a primeira etapa anual
de vacinação contra a febre aftosa em Minas. Devem ser imunizados bovinos e
bubalinos de todas as idades. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA),
vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é o
responsável pelo gerenciamento e fiscalização da campanha junto aos
pecuaristas. Nesta etapa, a expectativa é que sejam imunizados cerca de 23
milhões de animais em todo o estado com o objetivo de preservar a sanidade dos
rebanhos e manter o compromisso com o agronegócio mineiro.
A campanha vai até 31 de maio. Para mais segurança e
comodidade em razão do enfrentamento da Covid-19, o produtor pode comprovar a
vacinação dos animais usando o formato eletrônico de declaração que estará
disponível em www.ima.mg.gov.br ou, caso
tenha cadastro, acessando o Portal de Serviços do Produtor, no próprio site do
IMA. Caso não tenha o cadastro, saiba como obtê-lo neste link:
https://www.mg.gov.br/servico/obter-cadastro-no-portal-de-servicos-do-produtor-rural
Uma outra opção será o envio da declaração para o
e-mail da unidade do IMA responsável pela jurisdição do município. O e-mail de
cada unidade consta em http://ima.mg.gov.br/atendimento/nossas-unidades. Nos municípios que as unidades estiverem
abertas, classificadas como onda verde do Minas Consciente, as declarações
poderão ser realizadas de forma presencial.
O prazo para comprovar a vacinação (declaração)
termina em 10 de junho. Para facilitar a localização da propriedade,
recomenda-se o envio do Cadastramento Ambiental Rural (CAR) na realização desse
procedimento.
Saúde do rebanho
O coordenador estadual do Programa de Vigilância
para a Febre Aftosa, fiscal do IMA Natanael Dias, defende a necessidade da
vacinação para manter a saúde do rebanho e o reconhecimento internacional de
zona livre com vacinação, obtido pelo estado junto à Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE).
“Este status favorece o agronegócio e o acesso a
mercados internacionais, contribuindo de forma significativa para o Produto
Interno Bruto (PIB) mineiro”, lembra Dias reforçando a importância da vacinação
correta, de forma a garantir eficácia na imunização dos animais.
“A vacina deve ser adquirida em estabelecimento da
iniciativa privada credenciado para a revenda. Lembrando que a dose da vacina é
de 2 ml. Além disso, a vacina deve ser conservada em temperatura entre 2 e 8
graus centígrados, do momento da compra até a vacinação dos animais.
Recomenda-se também programar a aplicação para os horários mais frescos do
dia”, aconselha.
A febre aftosa é causada por um vírus, altamente
contagioso e que pode trazer grandes prejuízos econômicos para os produtores,
pois afeta o comércio internacional.
“A doença é transmitida pela saliva, aftas, leite,
sêmen, urina e fezes dos animais doentes, e também pela água, ar, objetos e
ambientes contaminados. Uma vez doente, o animal pode apresentar febre, aftas
na boca, lesões nas tetas e entre as unhas”, detalha.
Dias alerta que se forem verificados animais com
estes sintomas, o produtor rural deve imediatamente comunicar ao IMA em
notifica@ima.mg.gov.br ou no Sistema
Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias (e-Sisbravet), uma
plataforma digital que integra os órgãos de defesa agropecuária do Brasil para
notificações de doenças que acometem animais de produção no campo, agilizando
atendimentos às emergências sanitárias em prol da prevenção e combate às
doenças. Clique aqui:
http://ima.mg.gov.br/defesa-animal/notificacoes-informacoes-epidemiologicas Neste link, tem um passo a passo.
Trânsito e comercialização de animais
O produtor rural pode transitar e comercializar seus
animais logo após a vacinação e declaração. O prazo de carência exigido até ano
passado pela legislação chegava até 15 dias, se fosse a primeira vacinação do
animal. Agora, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
por meio da Instrução Normativa nº 48/2020, permite ao produtor rural a emissão
da Guia de Trânsito Animal (GTA) imediatamente após vacinar e declarar a
imunização de bovinos e bubalinos de seu rebanho.
Gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Guilherme
Negro esclarece que, desde 2020, com a publicação da Instrução Normativa nº
48/2020, do Mapa, responsável por aprovar as diretrizes gerais para a
vigilância da febre aftosa, houve algumas alterações na execução do Programa
Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA).
“É importante ressaltar que não existe mais prazo de
carência para a movimentação de animais após a vacinação contra febre aftosa.
Além disso, durante a etapa de vacinação e até noventa dias após seu término,
os animais destinados diretamente ao abate ficam dispensados da obrigatoriedade
da vacinação contra febre aftosa”, complementa Negro.
Evite multas
O produtor que não vacinar os animais estará sujeito
a multa de 25 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal, o
equivalente a R$ 98,6 por cabeça. A declaração de vacinação também é
obrigatória e o produtor que não o fizer até 10 de junho poderá receber multa
de 5 Ufemgs, o equivalente a R$ 19,7 por cabeça.
Fiscalização remota
A diretora-técnica do IMA, Cristiane Santos, lembra
o sucesso da vacinação em 2020. Mesmo na pandemia, a primeira etapa da campanha
ocorrida em maio no ano passado alcançou 97% de cobertura vacinal em Minas.
Mais de 350 mil produtores rurais imunizaram cerca de 23 milhões de animais nos
rebanhos mineiros.
“O IMA monitora diariamente a campanha em todo o
estado. Os novos procedimentos digitais servem de suporte para a gestão com a
prática da fiscalização remota, que foi regulamentada pela portaria nº 1977, de
4 de maio de 2020. Ela se dá principalmente pela análise de documentos e dados
dos sistemas oficiais e sua confrontação com as normas sanitárias”,
exemplifica.
Parcerias e novo status sanitário
O diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, sinaliza o
futuro novo status sanitário, cenário que vai abrir ainda mais as fronteiras para
a carne mineira, reforçando a parceria dos pecuaristas e das entidades
representativas do setor.
“A sinergia com entidades do setor privado,
associações de criadores e a Faemg é essencial para conquistarmos esse marco
tão importante para o estado, que abrirá novos mercados para a exportação da
carne. Pedimos o apoio dos produtores rurais mineiros pois, atualmente, a
vacinação é essencial para manter o rebanho do estado sadio e livre de focos da
doença. É muito importante cumprirmos o calendário oficial da vacinação”,
reafirma.
Com envolvimento e participação de toda a cadeia
produtiva da pecuária, Minas será livre de febre aftosa sem vacinação. A
conquista do novo status sanitário será um resultado de trabalho do IMA,
vinculado à Seapa, e em conjunto com importantes entidades do agronegócio que
compõem a equipe gestora do Plano Estratégico do Programa Nacional de
Vigilância para a Febre Aftosa. As entidades são: Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento; Associação Brasileira dos Criadores de Girolando;
Associação Brasileira dos Criadores de Zebu; Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Minas Gerais; Associação de Frigoríficos de Minas Gerais,
Espírito Santo e Distrito Federal; Associação dos Suinocultores do Estado de
Minas Gerais; Conselho Regional de Medicina Veterinária; Associação dos
Criadores de Caprinos e Ovinos do Estado de Minas Gerais; Sindicato das
Indústrias de Laticínios do Estado de Minas Gerais; Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia de Minas Gerais; Associação dos Avicultores de Minas
Gerais; e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas
Gerais.
“Vamos juntos cumprir o calendário oficial de
vacinação para que possamos futuramente suspender a imunização em todo o
estado”, convida Fernandes.
Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância
para a Febre Aftosa
O Plano Estratégico do PNEFA tem como objetivo
principal criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país
livre da febre aftosa, ampliando zonas livres da doença sem vacinação e
protegendo o patrimônio pecuário nacional. Está alinhado com o Código Sanitário
para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e com
as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA),
convergindo com os esforços para a erradicação da doença na América do Sul.
Minas compõe o Bloco IV junto com Bahia, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo,
Tocantins e Distrito Federal. Esses estados buscam a retirada da vacinação
contra a febre aftosa em seus rebanhos. Atualmente, Minas é zona livre de febre
aftosa com vacinação e possui reconhecimento da Organização Mundial de Saúde
(OIE), o que mantém importante acordos internacionais.
“O IMA trabalha há anos para conter qualquer ameaça
da febre aftosa aos rebanhos mineiros. Foi necessária uma longa trajetória, com
muito trabalho somado às ações e conscientização do setor produtivo para que o
estado alcançasse e mantivesse o status atual de livre de febre aftosa com
vacinação. Agora, o trabalho é avançar e seguir com o rigor para o
reconhecimento de Minas como livre da doença sem vacinação. Estamos próximos de
celebrar o novo status sanitário com o setor produtivo da pecuária e outros
órgãos de defesa agropecuária do Brasil que têm a mesma missão: retirar a
vacinação nos seus rebanhos”, argumenta o diretor-geral do IMA, Thales
Fernandes.
Redação: Patos notícias