Estudantes poderão escolher área avaliada no novo Enem
Parecer foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
poderá ter questões subjetivas e provas voltadas para áreas específicas. As
mudanças foram propostas em parecer aprovado pelo Conselho Nacional de Educação
(CNE), com o objetivo de orientar as mudanças que deverão ser feitas no exame
para que ele seja adequado ao novo ensino médio. O novo Enem começa a ser
aplicado em 2024.
Uma das sugestões é que o Enem passe a
ser realizado em duas etapas. A primeira, tendo como referência a formação
geral básica dos currículos do novo ensino médio, baseada na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). Nessa etapa, deverá ser aplicada a prova de redação.
Na segunda etapa, a recomendação do CNE
é que o estudante escolha as provas que fará de acordo com a área vinculada ao
curso superior que pretende cursar. Os candidatos poderão escolher entre as
áreas de linguagens, ciências humanas e sociais aplicadas; matemática, ciências
da natureza e suas tecnologias; matemática, ciências humanas e sociais
aplicadas; e ciências da natureza, ciências humanas e sociais aplicadas.
Segundo o parecer, é possível também que
haja questões dissertativas. Atualmente, o Enem é composto apenas por questões
objetivas. A única parte subjetiva é a redação.
Cabe, agora, ao Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) elaborar as novas matrizes de
referência para mudar o atual Enem.
Novo ensino médio
As modificações no Enem são para poder
avaliar os estudantes do novo ensino médio, que começou a ser implementado este ano.
O novo ensino médio foi aprovado por lei em 2017, com o objetivo de tornar a
etapa mais atrativa e evitar que os estudantes abandonem os estudos. Com o novo
modelo, parte das aulas será comum a todos os estudantes do país, direcionada
pela BNCC.
Na outra parte da formação, os próprios
estudantes poderão escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado. Entre
as opções, está dar ênfase, por exemplo, às áreas de linguagens, matemática,
ciências da natureza, ciências humanas ou ao ensino técnico. A oferta de
itinerários vai depender da capacidade das redes de ensino e das escolas.
O cronograma definido pelo Ministério da
Educação (MEC) estabelece que o novo ensino médio comece a ser implementado
este ano, de forma progressiva, pelo 1º ano do ensino médio. Em 2023, a
implementação segue, com o 1º e 2º anos e, em 2024, o ciclo de implementação
termina, com os três anos do ensino médio.
O novo modelo de prova do Enem deverá
começar a vigorar apenas após a total implementação do novo ensino médio, em
2024.
Revisão
O parecer do CNE, aprovado ontem (14) no
Conselho Pleno, passará ainda por ajustes decorrentes de sugestões acolhidas
durante a sessão antes de ser divulgado.
Em nota, o MEC diz que o parecer do CNE
antecipou discussões que ainda estão em andamento em um grupo de trabalho
presidido pela Secretaria de Educação Básica da pasta. “A decisão sobre o novo
Enem somente ocorrerá após a conclusão desse Grupo de Trabalho e será
amplamente divulgada à sociedade. O parecer do CNE lançado ontem antecipou
discussões ainda em andamento no GT, do qual o CNE também faz parte”, diz a
nota do MEC.
O MEC ressalta ainda que o novo Enem
materializa as diretrizes legais da reforma do ensino médio, já em vigor, e da
BNCC. “Sua atualização será fundamental para garantir aos entes federativos e
as instituições privadas de ensino maior segurança na implementação do Novo
Ensino Médio”, diz a pasta.
Segundo o MEC, o grupo de trabalho
realizou 12 reuniões para chegar a um modelo de consenso entre especialistas e
representantes das redes estaduais, universidades e institutos e o próprio CNE.
O Enem é o maior exame de acesso ao
ensino superior do país. Com as notas é possível concorrer a vagas em
instituições públicas e privadas em todo o Brasil e também em instituições estrangeiras.
Fonte:
Agência Brasil