COVID-19: segundo Fiocruz, vacinação reduz ocupação de UTIs nos estados para menos de 90%
Apenas 3 estados e o DF estão na zona de alerta crítico, diz estudo
O avanço da vacinação continua a
reduzir a internação de pacientes com COVID-19 em unidades de terapia
intensiva (UTIs) no país e, pela
primeira vez desde dezembro de 2020, nenhuma unidade da federação está com mais
de 90% desses leitos ocupados. O dado consta do Boletim Observatório Covid-19,
divulgado nesta quarta-feira (14/07) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo os pesquisadores da Fiocruz, a vacinação tem feito diferença e traz
reflexos positivos ao quadro pandêmico à medida que é ampliada.
O boletim mostra que quatro unidades da federação permanecem na zona de
alerta crítico, com mais 80% dos leitos ocupados. A pior situação é a de Santa
Catarina (82%), seguida por Goiás (81%), Paraná (81%) e Distrito Federal (80%).
A maior parte do país encontra-se na zona de alerta intermediário, em
que as taxas de ocupação variam entre 60% e 80%, e sete estados estão na zona
de alerta baixo, com menos de 60%: Acre (24%), Amapá (47%), Espírito Santo
(55%), Paraíba (39%), Rio de Janeiro (57%), Rio Grande do Norte (55%) e Sergipe
(50%).
Taxa de ocupação (%) de leitos de UTI COVID-19 para adultos - Arte/Fiocruz
Entre as capitais, Goiânia é a única com mais de 90% dos leitos ocupados
(92%), e a situação também é considerada crítica em Brasília (80%), Rio de
Janeiro (81%) e São Luís (81%). De acordo com a Fiocruz, 12 capitais estão fora
da zona de alerta: Porto Velho (57%), Rio Branco (24%), Belém (48%), Macapá
(52%), Natal (53%), João Pessoa (40%), Recife (50%), Maceió (55%), Aracaju
(50%), Salvador (52%), Vitória (54%) e Florianópolis (53%). As demais estão na
zona de alerta intermediário.
Os pesquisadores avaliam que a imunização tem feito a diferença para a
queda dos percentuais, mas alertam que as vacinas têm capacidade limitada de
bloquear a transmissão do vírus, que continua a circular de forma intensa.
"As vacinas são especialmente efetivas na prevenção de casos graves",
resume o estudo, que pede a continuidade do distanciamento social, do uso de
máscaras e dos cuidados com a higiene, além de reforçar que todos devem buscar
a vacinação conforme o calendário de seus municípios.
Taxa de ocupação (%) de leitos de UTI COVID-19 para adultos - Arte/Fiocruz
"A preocupação com a possibilidade
de surgimento de variantes com potencial de reduzir a efetividade das vacinas
disponíveis é pertinente e não pode ser perdida de vista."
O relatório destaca ainda que os
indicadores de incidência e mortalidade da COVID-19 no país estão em queda pela
terceira semana seguida. Apesar disso, a pandemia mantêm patamares altos, com
média de mais de 46 mil novos casos e 1,3 mil óbitos diários nos últimos sete
dias. O boletim da Fiocruz diz ainda que o cenário pode indicar um
arrefecimento mais duradouro da pandemia nos próximos meses, mas ressalta que
isso dependerá da intensificação da campanha de vacinação, da adequação das
práticas de vigilância em saúde, do reforço da atenção primária e da adoção das
medidas de proteção individual.
Fonte: Agência Brasil