Governo Federal edita Medida Provisória para reforçar gratuidade do Pix
Iniciativa ocorre após onda de desinformação sobre o método de pagamento
O Governo Federal anunciou nesta quarta-feira, 15 de
janeiro, a edição de uma Medida Provisória para reforçar as regras já
existentes sobre as transações financeiras via Pix e torná-las mais claras para
toda a população. A iniciativa ocorre após a propagação de fake news sobre o
método de pagamento, que tem como característica a gratuidade. Portanto, não
pode haver incidência de cobrança de valor maior para os pagamentos feitos
dessa forma.
"A MP blinda o Pix de toda mentira que diversos
atores nas redes sociais produziram com um único objetivo: causar desassossego
e desordem no ambiente digital. Isso, infelizmente, levou a diversas pessoas de
boa fé a caírem em golpes. Golpes que foram incentivados a partir deste
discurso, dessa narrativa, que, infelizmente, foi reproduzido por diversos
políticos brasileiros", ressaltou o advogado-geral da União, Jorge
Messias, em entrevista à imprensa.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que a
Medida Provisória reforça a gratuidade do uso do Pix e todas as cláusulas de
sigilo bancário em torno do método. "A Medida Provisória está garantindo
que o consumidor tem o direito de, se o pagamento em Pix estiver disponível no
estabelecimento, que ele pague exatamente o valor que pagaria em dinheiro. E
configura uma prática abusiva não adotar essa regra, porque Pix é
dinheiro", disse. "Essas práticas que estão sendo utilizadas hoje,
com base na fake news, de cobrar a mais por aquilo que é pago em Pix na
comparação com dinheiro, estão vedadas. Ou seja, o que você cobra em dinheiro,
você vai poder cobrar em Pix, você não vai poder cobrar a mais", frisou
Haddad.
INVESTIGAÇÃO — Em
virtude dos crimes praticados envolvendo o Pix, Jorge Messias afirmou que
"a Advocacia-Geral da União vai notificar a Polícia Federal para abertura
de inquérito policial com o objetivo de identificar todos os atores nas redes
sociais que geraram essa desordem informacional, que criaram essa narrativa e
fizeram com que pessoas de boa fé, comerciantes, cidadãos em geral, caíssem nos
golpes contra a economia popular". Também serão investigados crimes
utilizando os símbolos e a logomarca do Governo Federal, do Ministério da
Fazenda e da Secretaria da Receita Federal.
"Da mesma maneira, nós identificamos práticas
abusivas nas relações de consumo. Portanto, também estamos notificando a
Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor para que abra inquérito e
investigue todos os crimes relacionados às relações de consumo e atue em
articulação com os Procons dos estados em uma campanha de informação
relacionada ao uso do Pix e de promoção das informações corretas para a
população, para que a população fique protegida e não venha cair mais em novos
golpes com o uso do Pix", declarou Messias.
Haddad enfatizou que o objetivo do governo é
"salvaguardar a economia popular e as finanças das pessoas mais pobres, do
pequeno comerciante, da dona de casa que vai fazer suas compras". Não ter
a sua relação afetada por esse grupo inescrupuloso que tomou as redes".
FISCALIZAÇÃO — Na
entrevista coletiva, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas,
anunciou a revogação de ato normativo que alterava as regras de fiscalização da
Receita Federal sobre o Pix, após ela ter sido mal interpretada e alvo de fake
news. O Pix tornou as transações mais rápidas e práticas. A ampliação do uso
desse e outros métodos de pagamento exigiu atualizações nas regras de controle
fiscal e, para acompanhar essa evolução, a Receita Federal atualizou o sistema
de coleta de informações existente há mais de 20 anos. As atualizações têm
gerado uma onda de desinformação.
"Nos últimos dias, pessoas inescrupulosas distorceram e manipularam o ato normativo da Receita Federal, prejudicando muita gente no Brasil, milhões de pessoas, causando pânico principalmente na população mais humilde, desacreditando injustamente um instrumento de pagamento muito importante no dia a dia das pessoas. Por conta da continuidade do dano, dessa manipulação desse ato da Receita, eu decidi revogar esse ato", disse Barreirinhas.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República