Lagoa Formosa: irmãos proprietários de clínica de reabilitação são suspeitos de matar e queimar corpo de paciente

Notícias | Policiais

17 Abril, 2018

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Lagoa Formosa: irmãos proprietários de clínica de reabilitação são suspeitos de matar e queimar corpo de paciente


Na manhã desta terça-feira (17), em Patos de Minas, a Polícia Civil (PC) apontou dois irmãos como suspeitos de terem cometido o assassinato de um homem de 49 anos que seria internado na clínica da qual são proprietários. Um dos suspeitos foi preso e apresentado na Delegacia de Polícia Civil durante a coletiva de imprensa, o outro ainda encontra-se foragido.

A identificação do corpo

No dia 4 de agosto de 2017, um transeunte encontrou um corpo carbonizado às margens da BR-354, na altura do Km 367,2, numa estrada vicinal em Lagoa Formosa conhecida como “Morro do Peão”. O cadáver aparentava ser do sexo masculino e não possuía os membros inferiores abaixo do joelho.

A vegetação do local não estava carbonizada, porém o espaço ocupado pelo corpo estava bastante carbonizado. Não foram encontrados sinais de luta corporal ou de tentativa de fuga das chamas, mas há indícios de que o corpo foi arrastado de sua posição original após ser incinerado.

Segundo o delegado Érico Rodovalho, com os trabalhos da perícia da Polícia Civil foi possível colher no local alguns fragmentos da roupa da vítima, bem como foi possível identificar nas imediações dois tipos diferentes de pegadas.

Após diligências, os investigadores da PC constataram que o corpo poderia ser de Valmiro Mendes de Miranda, de 49 anos, fato que foi posteriormente confirmado por meio da comparação do DNA colhido da mãe, irmãos e filha da vítima.

 

O crime

Natural de Campina Verde, Valmiro residia em Uberlândia e esteve internado em uma clínica de reabilitação em Patrocínio no período de 28 de outubro de 2016 à 29 de julho de 2017, onde conheceu o suspeito Hugo Santos de Almeida, de 31 anos.

Hugo teria ganhado a confiança de Valdomiro e informado que estaria abrindo uma nova clínica de reabilitação em Patos de Minas. A família de Valmiro entrou em contato com Hugo e estabeleceu um contrato no valor de R$900 mensais pelo prazo de nove meses de internação.

No dia 2 de agosto de 2017, Hugo foi buscar Valmiro em Uberlândia acompanhado de seu irmão Davi César de Almeida, de 35 anos. Ele propôs que parte do pagamento poderia ser realizada com o veículo de Valdomiro e o restante do valor poderia ser entregue ao término do tratamento.

A negociação foi fechada e além disto, Hugo também teria obtido todas as senhas de cartão de crédito, que foram entregues pela família de Valmiro. No dia em que buscaram Valmiro, a família não conseguiu entrar em contato com Hugo pra saber se haviam chegado em Patos de Minas.

Na data de 8 de agosto de 2017, Hugo informou aos familiares de Valmiro que iria até a cidade de Tupaciguara e perguntou se gostariam de vê-lo. Porém no dia seguinte, Hugo alegou que esteve em Catalão/GO para resgatar um interno e que Valdomiro teria fugido quando pararam o carro.

Um boletim de ocorrência foi registrado por Hugo às 18h40min na Polícia Civil de Catalão, cinco dias após o corpo de Valmiro ser encontrado em Lagoa Formosa. Diversas transações bancárias foram feitas para Hugo, que passou a pedir dinheiro para a família de Hugo com o objetivo de localizar Valdomiro.

 

Os crimes cometidos

Após as investigações, Hugo e Davi foram apontados como suspeitos de terem assassinado Valmiro e ocultado o corpo do mesmo. O crime teria sido motivado pelo fato de que os dois suspeitos ameaçariam as vítimas em busca de obter o dinheiro das mesmas, em troca do suposto tratamento.

Hugo foi preso e Davi ainda encontra-se foragido. Um mandado de prisão temporária foi expedido e Hugo responderá pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e emprego de fogo e também por ocultação de cadáver. O suspeito nega o crime.

O corpo de Valmiro Mendes de Miranda foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Belo Horizonte para que analises sejam feitas no intuito de descobrir como de fato o assassinato teria ocorrido.

O advogado de defesa Alexandre Gonçalves alega tranquilidade e acredita que Hugo estará em liberdade o mais rápido possível. “Não existe motivação concreta para o crime. Os irmãos são de uma família estruturada, que não necessitam de obter dinheiro desta maneira. Sem contar que a própria família da vítima entrou em contato para que ele pudesse ser paciente da clínica”.

Alexandre também alegou que não existem provas concretas e que a clínica é idônea e que atende 36 pacientes. “Um habeas corpus será expedido ao Tribunal de Justiça de Belo Horizonte para tentar reverter o mandado de prisão temporário, antes que ele se torne preventivo”, concluiu.

Detalhes na entrevista com o Delegado Èrico Rodovalho:

Fonte: Vanderlei Gontijo

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




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