Novembro Azul: campanha chama atenção para estigmas e preconceitos que cercam o diagnóstico de câncer de próstata

Notícias | Saúde

14 Novembro, 2021

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Novembro Azul: campanha chama atenção para estigmas e preconceitos que cercam o diagnóstico de câncer de próstata


Doença comum e de diagnóstico precoce, o câncer de próstata tem um perigoso aliado: o silêncio. Reduzir os casos e diminuir a mortalidade passa, necessariamente, pelo tratamento nos estágios iniciais. Para a detecção, dois exames simples, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), são fundamentais: toque retal e sangue (antígeno prostático específico - PSA); porque, em geral, os sintomas aparecem em estágio avançado. 

De acordo com os urologistas do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), referência para o tratamento do câncer de próstata em Minas Gerais, a campanha mundial para a saúde do homem contribui para romper o silêncio e vencer os preconceitos “que rondam não apenas o câncer de próstata, mas muitas outras condições que afetam a saúde masculina desde os primeiros anos de vida até a terceira idade”, como explica Benjamim Godinho. “A ampla divulgação provoca um aumento da procura principalmente no mês de novembro”, completa o médico Rodrigo Abdo.

Sintomas

Quando o câncer de próstata apresenta sintomas na fase inicial, os mais comuns estão relacionados ao ato de urinar: dificuldade, demora para começar e terminar, presença de sangue, diminuição do jato e necessidade de urinar com mais frequência, durante o dia ou à noite.  

Os médicos recomendam que os homens façam os exames a partir dos 50 anos de idade. Para quem possui pele negra (que tem duas vezes mais chances de desenvolver a doença) ou apresenta histórico de câncer de próstata na família, a indicação é a partir dos 45 anos. 

O risco de desenvolver a doença aumenta com o avanço da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados, nove têm mais de 55 anos. Outro fator que pode contribuir para o aparecimento do câncer é o sobrepeso.

Casos

Estatística do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostra que a doença segue como o segundo tipo de câncer mais frequente em pessoas do sexo masculino. Somente neste ano, são esperados quase 70 mil novos casos no país; em 2019, cerca de 16 mil brasileiros perderam a vida pela doença. Em Minas Gerais, a previsão de casos, segundo o Inca, para o ano passado foi de 6.420. 

O câncer de próstata é tratável e apresenta índice de cura de 90% quando descoberto precocemente. Fazer com que os homens entendam e estejam dispostos a agir com base nesse princípio é um dos objetivos da campanha mundial para a saúde do homem.

Benjamim Godinho acredita que o fato de os homens serem menos cuidadosos com a própria saúde é uma questão multifatorial. “Isso vai desde uma cultura que ainda hoje enxerga o cuidar como uma tarefa feminina a questões mais práticas, como dificuldade de acesso aos serviços de saúde e falta de unidades especificamente voltadas para o público masculino”, diz.

Para Rodrigo Abdo, o temor do diagnóstico de doenças incuráveis ou passíveis de causarem sequelas seria uma das causas para esse comportamento masculino. As mulheres exercem papel importante para a saúde dos homens. O urologista observa que muitas esposas e companheiras estimulam seus pares a procurarem atendimento médico. 

Godinho tem percepção semelhante. “As mulheres sempre têm um papel significativo junto aos homens em todos os aspectos da vida. Ainda hoje, muitos homens só procuram o urologista por pressão da esposa, filha, irmã, namorada, pois são elas que mais se importam com esse cuidado preventivo”, destaca.

Com informações: Agência Minas/Foto: biologia net

Vanderlei Gontijo

vanderlei@patos1.com.br




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