Síndrome mão-pé-boca volta a ser incidente em crianças brasileiras
A síndrome do mão-pé-boca é uma infecção
viral muito comum na primeira e segunda infâncias, e é causada por um vírus.
Devido a transmissão ser pela saliva, a doença diminuiu bastante no período de
pandemia já que as crianças mais velhas utilizavam máscara ou nem tinham
contato com outras crianças. Mas, com as pessoas retornando às atividades
normais e saindo de casa, ela começa a aparecer e ter mais incidência.
Especialista destaca, no entanto, que a doença é comum nesta época do ano. Segundo
explicação da pediatra Natalia Silva Bastos, a doença começa na região bucal,
em volta dos lábios. São pequenas bolinhas e aftas que dificultam bastante a
alimentação das crianças, que perduram de sete a dez dias, e quanto mais o
tempo passa, pior ficam.
Médica, Natalia diz que a síndrome também
aparece no bumbum, apesar de não ter a palavra na nomenclatura.
Desenvolvendo-se para um quadro de piora, quem pegar a doença pode notar que as
bolinhas ficam acinzentadas e depois começam a estourar, descamar e soltar uma
pele grossa.
Ela explica que a pandemia não é o único
motivo de a doença ter voltado a crescer. “A transmissão da doença é por
saliva, não é pelo contato, então o uso de máscara tem ajudado a reduzir essa
transmissão. A doença voltou, ela circula muito nessa época do ano, então não é
exatamente que ela voltou, ela circula nesta época do ano”, pontua.
Dentro de um a três meses, as consequências
da doença, além de deixar manchas na pele, podem aparecer. As crianças perdem
peso e as unhas chegam a cair em alguns casos.
Para o tratamento, recomenda-se óleo de
girassol, antialérgico e anti-inflamatório. No banho, a mãe pode passar na
criança uma mistura de água, maisena e aveia na pele, para acalmá-la. Durante e
depois da doença, é importante sempre utilizar protetor solar, para não ficar
nenhuma mancha ou cicatriz. Apesar da transmissão alta, no geral, é uma doença
tranquila, segundo a pediatra.
O perigo maior, na avaliação dela, é quando a
criança coça, com a mão suja, as inflamações. Esse ato pode gerar uma infecção
bacteriana e, assim, ser necessário o uso de antibiótico e tratamento mais
intenso.
Mãe de Rafaela, Kelen Barros, começou a
perceber que sua filha apresentava dor na garganta no dia do feriado (15). Ela
então levou a criança de apenas dois anos para se consultar com a pediatra, a
qual disse para verificar se era a doença, porque estava tendo um surto na
região. Um dia depois, a pequena começou a apresentar todos os sintomas
característicos.
Com início na última segunda-feira, no
sábado, a síndrome tinha dado trégua para Rafaela. “É muita dor, né? Para
comer, então. A mãe já fica preocupada quando o filho não come, e nesse caso,
não comia porque está sentindo dor. É muito angustiante”, conta.
Como prevenir?
Medidas de higiene são a melhor forma de
prevenir o contágio. “Lavar bem as mãos, tanto a criança quanto as pessoas que
têm contato com ela, é uma medida que evita a transmissibilidade”, afirma Dra.
Natalia.
O Ministério da Saúde reforça ainda medidas
como usar lenços de papel ao espirrar ou tossir e depositá-los em lixeira
imediatamente após o uso; não compartilhar toalhas ou itens de uso pessoal,
como copos, xícaras e talheres; lavar roupas de cama com sabões desinfetantes.
É importante também que os pais evitem mandar
crianças com sintomas infecciosos para a escola, completou a médica, o que
geralmente dura entre 7 e 10 dias. Não há vacina para a prevenção da doença
mão-pé-boca.
Tem tratamento?
Não existe nenhuma terapia específica para a
doença e o tratamento é feito com medidas de suporte. Os médicos receitam
medicamentos que possam aliviar os sintomas.
A regressão do quadro ocorre espontaneamente
em 7 a 10 dias e o tratamento da doença. Neste período, deve ser dada
preferência a alimentos pastosos e frios, evitando-se sucos ácidos,
refrigerantes, alimentos quentes ou temperados.
Pode ser grave?
De modo geral, a doença não costuma evoluir
para casos mais graves. Mas como ela causa lesões na boca, a criança pode
deixar de se alimentar corretamente, o que pode causar desidratação, conforme
Dra. Natalia. Manter a higiene também é fundamental durante essa fase, para
evitar que as lesões infeccionem.
Recomenda-se, ainda segundo o Ministério da
Saúde, uma nova avaliação médica se houver persistência de febre alta com
calafrios ao longo do quadro ou se as lesões orais impedirem a ingestão de
líquidos, pelo risco de desidratação.
Fonte: Brasil 61