Assembleias sobre adesão ao modelo cívico-militar são adiadas pela Secretaria de Educação de Minas Gerais
Em coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (14), membros do governo informaram que as assembleias serão retomadas em agosto, após o período de recesso escolar

Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) suspendeu neste domingo (13), o processo de consulta às comunidades escolares sobre o interesse das unidades da rede estadual em aderir ao Programa das Escolas Cívico-Militares, promovido pelo Governo de Minas. Um ofício assinado por representantes da pasta, informa que orientações serão enviadas pela secretaria, “as quais serão fundamentais para a continuidade do processo”.
As assembleias estavam sendo realizadas nas escolas desde o fim de junho, e o Governo pretendia concluir a consulta em mais de 700 unidades de ensino de todo o estado, até o dia 18 de julho. Da lista de escolas que poderiam se tornar cívico-militares, oito estão localizadas em Patos de Minas. São elas:
- Escola Estadual Abner Afonso;
- Escola Estadual Marcolino de Barros;
- Escola Estadual Professor Antônio Dias Maciel;
- Escola Estadual Deiró Eunápio Borges;
- Escola Estadual Abilio Caixeta de Queiroz;
- Escola Estadual Professora Paulina de Melo Porto;
- Escola Estadual Doutor Paulo Borges;
- Escola Estadual Dona Guiomar de Melo.
Por meio de nota, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) se manifestou contrário ao programa apresentado pelo Governo de Minas. “Essa iniciativa tenta substituir projetos pedagógicos e a autonomia das comunidades escolares por uma lógica hierárquica e autoritária, baseada numa presença ostensiva de militares que pouco dialoga com as reais necessidades de alunos, famílias e profissionais de educação”, disse.
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (14), o governador Romeu Zema e o secretário de Estado de Educação, Igor Alvarenga, informaram que as assembleias serão retomadas em agosto, após o período de recesso escolar.
“Optamos por estar dilatando as assembleias que estarão escutando as comunidades escolares porque chegamos à conclusão de que o prazo ficou exíguo, coincidindo com os pais planejando viagens e não conseguindo participar”, disse o governador. Conforme Zema, apesar da suspensão, o Governo de Minas irá manter o programa que pretende ampliar o modelo de ensino nas escolas da rede. “Nós sabemos que disciplina e rigor fazem a educação melhorar, e muito. Pais e alunos têm nos cobrado a ter essa opção. Teremos oportunidade para todos, tanto para o modelo cívico-militar como também para o convencional”, acrescentou.
Durante a coletiva de imprensa, o secretário de Educação, Igor Alvarenga, informou que o orçamento para a expansão do Programa das Escolas Cívico-Militares será definido após o período de consulta às comunidades escolares. O chefe da pasta também não informou os custos das escolas que possuem esse modelo no Estado em comparação às unidades de ensino convencionais. Ao ser questionado sobre os índices de aprendizagem e evasão escolar, o secretário também não informou.
Fonte: O Tempo