CPI da COPASA: em depoimento Arnaldo Queiroz enumera irregularidades no contrato com a concessionária
Advogado foi convocado para depor na CPI que investiga supostas irregularidades na prestação de serviços pela COPASA.
CPI da COPASA
A CPI é composta pela presidente, Profª Beth (DEM), pelo relator, José Eustáquio (PODEMOS) e os vereadores João Marra (PATRIOTA), Mauri da JL (MDB) e José Luiz (PODEMOS) Foto: Gustavo Galvão
A abertura da CPI considerou uma denúncia fundamentada enviada à Câmara Municipal, bem como inúmeros problemas constatados pelos vereadores e pela população na prestação dos serviços da COPASA em Patos de Minas. A instalação da CPI aconteceu na reunião ordinária do dia 10 de junho de 2021 e teve a primeira reunião para escolha do presidente e do relator realizada também no dia 10 de junho, com a nomeação oficial por meio da Portaria n.º 1678/2021.
A CPI terá o prazo de 120 dias para concluir as investigações, podendo ser prorrogado por mais 60 dias, se necessário.
Arnaldo Queiroz, promotor da Ação Popular contra a
COPASA, prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (12/07) no plenário da
Câmara dos Vereadores de Patos de Minas.
Arnaldo enumerou falhas no contrato com a COPASA:
• Ausência
de processo licitatório;
• Ausência
de uma análise minuciosa do patrimônio transferido para a COPASA (rede esgoto);
• Carência
de um cronograma de implantação do tratamento de esgoto;
• Não
participação do município nos lucros obtidos pela COPASA com a concessão.
Arnaldo Queiroz também citou o fato da estrutura da
rede municipal de esgoto, como canalização e similares, ter sido avaliada em R$
39 milhões. O município recebeu cerca de R$ 9 milhões de indenização pelo
patrimônio, ou seja, uma diferença de aproximadamente R$ 30 milhões. A
avaliação foi feita por um perito, de nome Pérsio, e incorporada aos autos da
ação popular.
A ex-prefeita (2009-2012), Béia Savassi (DEM), foi
elogiada por Arnaldo Queiroz. O advogado revelou que a ex-gestora enviou um
ofício “duro” a COPASA e enumerou inconsistências no contrato e solicitou a
regularização, sob pena de rompimento. Arnaldo ainda disse dois prováveis
motivos de Béia não ter rompido com a companhia: o primeiro a obtenção de
recursos para o projeto urbanístico da Avenida das Paineiras e o fato do
contrato prever a cobrança da taxa de esgoto de 2008 a 2010 (ou seja a
ex-prefeita era obrigada a cumprir).
Arnaldo também explicou como o contrato com a COPASA pode ser rompido. Segundo ele, a companhia está inadimplente com o município. Ele mencionou um ofício enviado pelo presidente da COPASA ao ex-prefeito José Eustáquio (DEM), 2018, no qual se ofereceu uma compensação de R$ 16 milhões por não cumprir prazos. Assista:
Redação: Lélis F. Souza
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